´A periferia será minha prioridade´, diz pré-candidata a prefeita do PSOL

Bernadete Souza
Reprodução

Bernadete Souza veio de Estância, interior de Sergipe, ainda muito pequena. Os pais foram atraídos pelo cacau, considerado à época, o “ouro” da região. Mas dourado nas mãos de muito poucos. Sem recursos, a família chegou e foi morar no Fundão, uma área onde pobres e a maioria negra dividiam espaço com o lixão da cidade. “Vivíamos praticamente do lixo. Crianças e adultos iam buscar naquele lugar uma forma de sobrevivência”, lembra.

Ainda muito nova, aos 12 anos, Bernadete percebeu que precisava reagir. Começou a se engajar nos movimentos que reivindicavam melhorias para a comunidade, onde não tinha estrada, nem energia, nem água. Saia com os adultos com lata na cabeça em protesto pelo centro da cidade. Na época – confessa hoje - nem entendia o que de fato estava fazendo e nem que aquilo era um protesto em defesa do direito de ter as condições mínimas de sobrevivência.

Sua presença passou a ser tão marcante nas lutas da comunidade que, aos poucos, Bernadete assumiu a liderança dos movimentos que lembravam a ocupação da área. O primeiro passo foi mudar o nome do lugar: do pejorativo Fundão para Palmares, um homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos líderes do maior e mais longevo quilombo da história do Brasil e um dos grandes símbolos da luta dos negros e dos africanos contra a escravidão.

Depois foi presidente da associação de moradores da região por duas oportunidades. A primeira, aos 18 anos, quando também se filiou ao Partido dos Trabalhadores.  Em 99, sua luta mudou de endereço, mas jamais de foco: entrou na luta por reforma agrária, ocupou a antiga Fazenda Fortaleza, em Banco do Pedro, onde hoje é o assentamento Dom Hélder Câmara. Na vida não parou a militância.

E Bernadete venceu. É graduada em Letras, especialista em educação do campo e agroecologia. É sindicalista, desincompatibilizada, de uma central intersindical, na condição de secretária de Povos de Campo e das Florestas e agricultora assentada em projeto de Reforma Agrária.

Casada com o militante do Movimento Negro, Moacir Pinho, Bernadete, aos 52 anos, tem dois filhos. Há cinco anos filiada ao PSOL, é vice-presidente do diretório municipal e membro da direção estadual da sigla. Em 2018 foi escolhida como a co-senadora na chapa do PSOL da Bahia, que teve como titular a liderança Fábio Nogueira.

Mas é agora, sem dúvida, o seu maior desafio. Pré-candidata do partido à prefeitura de Ilhéus, Bernadete Souza é a única mulher que se apresenta para o pleito até o momento. Traz um discurso afiado e instigante para a disputa da eleição em uma cidade extremamente conservadora. Não somos nós quem dizemos isso. É a história que conta.

Ialorixá do Terreiro Ilê Axé Odé Omi Ewa (que em Yorubá significa “Casa de Oxossi e suas aguas belas”), Bernadete concedeu esta entrevista exclusiva ao jornalista Maurício Maron, editor do Jornal Bahia Online, falando das suas propostas e da luta em defesa da periferia, do negro e do pobre.

A sergipana de Estância, que chegou no colo à Ilhéus, abre seu coração. Diz que não nasceu em Ilhéus, mas que “se entendeu” aqui, nas lutas para mudar a realidade de uma cidade tão rica, mas com um povo tão pobre.

Nesta entrevista Bernadete abre o coração. Fala da vergonha que tinha em morar no lixão, do testemunho dos dramas vivenciados pelo povo da periferia de Ilhéus, a quem dedica a candidatura e a luta para tentar, pela primeira vez, que uma mulher da periferia e negra chegue ao Palácio Paranaguá.

Confira.

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O que estimula a senhora a disputar uma eleição com tanta “gente grande”, sendo como, se apresenta, uma mulher, negra, camponesa e de periferia?

Disputar a eleição neste momento, uma eleição aqui em Ilhéus é um desafio, um desafio muito grande. Para nós, mulheres negras, periféricas, camponesas e ainda ser do candomblé, não é fácil. Sou assentada, agricultora e a disputa aqui nessa região a gente sabe com quem é: é com a elite do cacau. E falo desde os sobrenomes que outros pré-candidatos herdam com a história do cacau, com os empresários do cacau e com empresários que vêm de uma tradição coronelista, burguesa, do capital.

Esse pessoal tem nome?

Não vou citar nomes. Mas disputar com empresários – e a gente sabe quem são os empresários da cidade – a gente já se coloca em uma maratona e essa distância que a gente precisa percorrer, eu, enquanto mulher negra e periférica, preciso dizer que estes candidatos estão a 999 metros à minha frente e eu vou chegando. Não é fácil. Mas atuo nos movimentos sociais. Os desafios são para ser superados e qualquer tipo de resultado, enquanto mulher negra, com certeza, já é uma vitória para mim.

"O belo não se dá apenas no centro. Temos que levar para o interior, que tem beleza e história. Precisamos nos aprofundar mais nisso. E sair dessa mesmice, sem desvalorizar o que é o centro. Mas ampliar com a participação de outros espaços, culturas e cotidianos."

A realidade da Palmares não é diferente da realidade de muitos bairros de Ilhéus. Se eleita, que modelo de gestão pretende empreender?

A Palmares e um grande número de bairros daqui passam por esta situação, que é a questão da falta do saneamento básico, não temos espaços para as crianças ficarem durante o período em que as mulheres vão trabalhar e a questão da própria violência que cada dia que passa aumenta, em especial, entre a juventude negra e as mulheres que são violentadas por parte da política que aí se apresenta. Veja só: esta questão, por exemplo, quando se fala com relação a recursos para políticas públicas, vamos nos debruçar e ver alguns modelos de gestão pública em cidades onde o PSOL tem prefeituras. Mas, a princípio, nós, enquanto partido, vamos pensar na política que seja favorável a estas comunidades periféricas da cidade. Isso vai ser uma prioridade para nós. Ah, vai!

Protagonismo onde hoje nem se sonha ter...

... Os investimentos que iremos buscar são prioritariamente a estas comunidades que nunca foram vistas pelo poder público municipal. Repito: saneamento básico, creches nos bairros... isso é de fundamental importância para a população mais pobre e para as crianças em situação de vulnerabilidade social. A gente vê, por exemplo, as estatísticas da juventude sendo cooptada para o tráfico. Então quais são as alternativas que nós deveremos ter para isso?

"As escolas funcionam em casas alugadas, casebres, onde enfiam crianças em quartos, como se fosse uma sala de aula. Isso não é de agora. Alugam casas de moradias que viram escolas. Não se constrói escolas, fecham creches. O que é isso?"

É a pergunta que te faço.

A partir do momento que você constrói espaços educativos para estas crianças e para a tranquilidade das mães que vão trabalhar... daí essas crianças vão crescendo protegidas e nós, enquanto poder público, deveremos nos debruçar para reestruturar estes espaços. Escolas e colégios estaduais estão sendo desativados e fechados em bairros periféricos. A gente quer escola e não que fechem escola. Precisamos construir uma política para que estes espaços sejam ocupados por pessoas - e pessoas que moram nestas periferias. E não vender como o estado está querendo fazer para empresários abrirem seus negócios para ser setor privado.

E hoje. A senhora definiria estes espaços como?

Nestes espaços de periferia, infelizmente, o que a gente tem visto é que as políticas públicas não chegam lá. Em alguns momentos de corrida eleitoral é que começam de alguma forma, fazendo alguma coisa, maquiando obras nestes espaços para que as pessoas esqueçam do seu cotidiano e da sua vivência, da sua realidade. Falar hoje de políticas públicas, dentro de uma cidade - não desmerecendo as grandes obras de desenvolvimento para a cidade - mas a periferia merece ser vista com outros olhares, inclusive com o olhar da própria comunidade dalí, por que isso fortalecerá o que estas pessoas já constroem, já fazem lá. A questão da cultura, por exemplo: ela deve ser desenvolvida e afirmada e reafirmada com a juventude e as mulheres que tanto fazem na periferia e que não são valorizados, com as pequenas atividades que se dão no seu cotidiano que ali conseguem até tirar o sustento. Vamos chamar estas comunidades para construirmos essa transformação juntos. Esse é nosso projeto participativo, pela sociedade que sempre foi esquecida pelo poder público.

"A política tem cor, nome e sobrenome. Principalmente neste País racista, machista e patriarcal. E nossa cidade não está isolada disso."

A maior parte do eleitorado da cidade é formada por mulheres. Mas sem representação política através de mandatos. Não temos sequer uma mulher na Câmara...

... De fato, para nós, é uma vergonha não termos sequer uma mulher na Câmara de Vereadores. Eu mesma me questiono como mulher por que não conseguimos isso. Mas tenho a resposta. Historicamente a política foi construída e vem sendo ainda construída a partir da sociedade em que a gente vive: machista, patriarcal, racista e capitalista. As mulheres participam, sim. Fazem política no dia-a-dia. Então quando o espaço é de poder político, aí os homens não querem abrir mão deste poder. Para nós, mulheres, que fomos historicamente afastadas e excluídas deste processo, é complicado... a gente vê casos de mulher nos partidos como “laranjas” (participam apenas para compor percentual legal de candidaturas femininas). Colocam seus nomes para conseguir voto para homens. Isso é vergonhoso para nós.

Você considera então a nossa sociedade machista mesmo tendo, sob o ponto de vista eleitoral, a maioria feminina.

Essa sociedade é machista sim e nos exclui deste processo eleitoral. Inclusive as mulheres, para uma filiação nos partidos, já não é fácil e quando dizem que é um nome representativo para uma possível eleição, elas se excluem de uma forma tão perversa! A primeira coisa é: será que vão votar em mim? Porque? Eu não tenho capacidade para isso. A sociedade machista não nos educou para que a gente participe desse processo. Aos poucos a gente coloca um mulher aqui e acolá. E só. Para nós, mulheres, é um desafio muito grande estarmos fazendo esta disputa numa cidade como Ilhéus, com mais de 12 pré-candidatos, todos homens. E eu, negra, periférica, disputando com eles.

"Se falta alternativa especialmente para a juventude mais pobre, quem chega com capital, infelizmente, eles vão abraçar. A juventude negra não é atraída para fazer política. Mas é atraída para colocar opressores na política."

O que a Rua Palmares hoje te inspira como uma pessoa que quer assumir a prefeitura de uma cidade da importância de Ilhéus?

A Palmares me inspira. Fizemos plebiscito, mudamos o nome de Fundão para Palmares. Eu era a presidente da Associação de Moradores. Isso, fizemos a partir do que foi a resistência de Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Onde o povo, sob a liderança de Zumbi dos Palmares, construiu vários elementos políticos. Em Palmares, em Alagoas, viveram os negros que fugiam das casas dos seus senhores. Alí também viviam os negros alforriados, índios e brancos pobres. A Palmares de hoje, que fica aqui em Ilhéus, é a Palmares da resistência de um povo também. Quando fui morar lá, tinha 10 anos, e ali muita gente vivia do lixão da cidade. E a partir da luta, conquistamos energia, água, estrada, temos sede própria de associação de moradores. E, hoje, as pessoas que residem ali são pessoas resistentes, fortes. Quantas vezes a gente acordava de madrugada debaixo da lama. Pés de seringas caiam nos quintais. Casas eram destruídas. Meu pai era cego, ficava em cima de uma cama. Minha mãe era lavadeira, saia para trazer o sustento, “de ganho”. Eu ficava tomando conta do meu pai e do meu irmão. Era um desespero para a gente. As nossas mães diziam que a gente não dormisse enquanto chovia.

"Fui uma vez no (Presídio) Ariston Cardoso, à serviço, e entrei no presídio e sai de lá dizendo “me tirem daqui, estou passando mal”. (...) A juventude que está lá, grande parte me conhecia. (...) Eu saí de lá passando mal, vendo meninos que vi nascer e crescer. Estavam atrás das grades. Era uma juventude preta que vi alí."

Era só medo?

Não. Confesso a você que eu tinha vergonha de dizer que morava no Fundão, quando estudava no Colégio Estadual de Ilhéus. Éramos chamados de papa-lixo. Sofria bullying o tempo todo. Eu tinha vergonha de dizer que morava lá. Eu achava que era a culpada por morar naquelas condições. Quantas vezes eu chegava pro meu pai e minha mãe e perguntava: por que a gente veio morar neste lugar? No entendimento que temos hoje é dizer assim: nós, que moramos na periferia, que somos humilhados a todo momento por este Estado, por diversas formas, do racismo, do preconceito, nos sentimentos culpados por isso. Não temos a nitidez de entender que o sistema que está aí é muito perverso e nos coloca nesta condição subumana de viver em um País como Brasil e uma cidade tão rica como é a cidade de Ilhéus. Pra mim, estar aqui hoje disputando este espaço, como um espaço de poder, é dizer assim: a periferia também pertence a esta cidade. E é de todos nós.

A juventude de Ilhéus é importante no contexto eleitoral da cidade. Mas é uma juventude que tem voz, mas não tem vez. Não decide, não elege, não tem também representatividade política.

A gente está tentando trazer a juventude para dentro do partido. Mas para ser participativa nas decisões do partido e na disputa eleitoral. Alguns se aproximaram sem ser filiados. Outros, filiados. Aqui, por exemplo, temos a turma do hip-hop que faz denúncias através da arte. É poesia no buzu, nos espaços onde são permitidos a eles entrarem. Por que nem em todos os espaços a nossa juventude negra pode entrar. Tem a juventude estudantil, nas universidades. É um projeto para a cidade, onde eles possam juntos com a gente estar dizendo o que é que precisam.  Nesse olhar, gosto de repetir, não podemos separar a juventude de classe média, das universidades, dos negros. Vamos ter esse diálogo com todos, para que digam o que estão pensando. Não precisa estar dentro do partido. Mas queremos construir esse diálogo. Fui uma vez no (Presídio) Ariston Cardoso, à serviço, e entrei no presídio e sai de lá dizendo “me tirem daqui, estou passando mal”. Fui olhando alguns espaços. A juventude que está lá, grande parte me conhecia. Era da Palmares. A única coisa que pensei ali: fizeram um presídio para os jovens da Palmares? Eu saí de lá passando mal, vendo meninos que vi nascer e crescer. Estavam atrás das grades. Era uma juventude preta que vi alí.

"Confesso a você que eu tinha vergonha de dizer que morava no Fundão, quando estudava no Colégio Estadual de Ilhéus. Éramos chamados de papa-lixo. Sofria bullying o tempo todo. (...) Eu achava que era a culpada por morar naquelas condições."

E como se muda isso?

A gente precisa ouvi-los e criar alternativas para essa gente. Infelizmente, se você chega na periferia, qualquer que seja ela, é uma juventude que está carente de políticas públicas e o que tem do Estado nestes espaços é a Polícia Militar. Deveria ser de uma outra forma. O Estado tem a obrigação e o dever de encontrar outras formas de se comunicar com a juventude negra. Vamos dialogar, apresentar o que temos como alternativa. Não imposta. Não para levar. Mas a partir do que é construído nas periferias. Se falta alternativa especialmente para a juventude mais pobre, quem chega com capital, infelizmente, eles vão abraçar. A juventude negra não é atraída para fazer política. Mas é atraída para colocar opressores na política.

Mas... a política tem cor?

A política tem cor, nome e sobrenome. Principalmente neste Pais racista, machista e patriarcal. E nossa cidade não está isolada disso. Ela, inclusive, começa a partir de um momento em que os nomes e sobrenomes tiram o suor e o sangue do povo mais simples que construiu esta cidade.

"Quantas vezes a gente acordava de madrugada debaixo da lama. Pés de seringas caiam nos quintais. Casas eram destruídas. Meu pai era cego, ficava em cima de uma cama. Minha mãe era lavadeira, saia para trazer o sustento, “de ganho”. Eu ficava tomando conta do meu pai e do meu irmão. (...) As nossas mães diziam que a gente não dormisse enquanto chovia."

Qual será o seu modelo de campanha, caso confirmado seu nome como candidata do PSOL?

Faremos uma campanha popular. Onde as pessoas que foram sempre excluídas pelo poder público possam estar engajadas. A partir desta semana vamos dialogar com alguns partidos de esquerda, com a sociedade, para a gente estar dizendo o que a gente quer, o que o povo precisa e que a gente tenha condição de construirmos juntos. O nosso projeto não é de um indivíduo, é da coletividade e nem será ao bel prazer de alguém que resolveu agora ser candidato e quer vir salvar a cidade sozinho. É um projeto coletivo que a periferia possa dizer à cidade o que quer.

Que avaliação a senhora faz do atual governo municipal?

O atual governo municipal não atende ainda as necessidades do povo. O que a gente vê nestes últimos tempos, especialmente no período de pandemia, é irresponsabilidade de um governo que, por conta do capital, deixa a vida das pessoas na situação que está. Desde que o governo entrou que não tem postos de saúde na cidade a contento. Alguns foram abertos, houve inauguração, mas, a saúde no município é muito precária. Agora na pandemia esta decisão de reabrir o comércio, considero uma irresponsabilidade desse governo. A vida das pessoas não tem preço! Grande parte está vulnerável a esta situação e a maioria é negra, pobre e os leitos das UTIs estão superlotados. E o governo mandando abrir o comércio. O calçadão parece uma véspera de natal. As escolas, em casas alugadas, casebres, onde enfiam crianças em quartos, como se fosse uma sala de aula. Isso não é de agora. Alugam casas de moradias que viram escolas. Não se constrói escolas, fecham creches. O que é isso? O governo deveria ter um olhar diferente. Mas a depender de quem obedecem, funciona assim, né. A prioridade dele não é nem a periferia, nem o campo.

"A sociedade machista não nos educou para que a gente participe desse processo. Aos poucos a gente coloca um mulher aqui e acolá. E só. Para nós, mulheres, é um desafio muito grande estarmos fazendo esta disputa numa cidade como Ilhéus, com mais de 12 pré-candidatos, todos homens. E eu, negra, periférica, disputando com eles."

A senhora fala de um povo pobre e cita uma cidade rica. Não há uma certa confusão nisso?

A cidade é riquíssima e bela. É rica por que as pessoas trabalham e o trabalho gera riqueza. Mas precisa de investimentos, especialmente na periferia e no campo. A política de Ilhéus não tem um olhar voltado para o campo, para a agricultura. É uma região cacaueira, mas a cidade é rica nesse território. Hoje não se dá mais a monocultura do cacau. Ela é diversificada em comunidades particulares ou em assentamentos. É chamado de sistema agroflorestal.  São culturas implementadas dentro desses territórios. Tem o turismo, que gera emprego e renda para a região. Temos porto, aeroporto. Isso para nós é de fundamental importância. Mas a gente deve estruturar mais a questão do turismo para que não fique voltado apenas para o centro. O belo não se dá apenas no centro. Temos que levar para o interior, que tem beleza e história. Precisamos nos aprofundar mais nisso. E sair dessa mesmice, sem desvalorizar o que é o centro. Mas ampliar com a participação de outros espaços, culturas e cotidianos.

Eleita prefeita de Ilhéus, qual será o traje da posse?

É a pergunta mais difícil que você me fez. (pausa) O traje de posse? É o traje que sempre uso, que nós mulheres negras sempre usamos desde que nascemos. É aquele que temos condições financeiras de usar.